926 TELEMEDICINA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE NA AMÉRICA LATINA: REVISÃO DE LITERATURA
João Paulo Pereira Cunha (1), Tifanny Andrade Silveira Rodrigues (2), Maximiano Avelar Rodrigues (1), Samuel Teixeira Rios (1).
1. UFC – Universidade Federal do Ceará; 2. UVA – Universidade Estadual Vale do Acaraú.
Introdução: A telemedicina se mostrou como uma importante ferramenta a ser utilizada na Atenção Primária a Saúde (APS), especialmente durante a pandemia de COVID-19, permitindo à população mundial ter maior acesso à saúde e minimizando o risco de transmissão do vírus. Nesse contexto, a implementação deste instrumento na APS pode trazer muitos benefícios para os profissionais e para a população.
Objetivo: Analisar a literatura disponível sobre a aplicação da telemedicina na APS nos países da América Latina, explorando sua ascensão e suas limitações.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Trata-se de uma revisão de literatura que analisa a utilização da telemedicina na América Latina no contexto da APS. Para a busca dos artigos foram usados os descritores “Primary Health Care” e “Telemedicine” nas bases de dados MEDLINE e LILACS. Foram incluídos estudos realizados em países da América Latina publicados nos últimos 5 anos nos idiomas inglês, português e espanhol.
Resultados: Identificamos um total de 105 artigos, dos quais restaram 20 após exclusão de artigos que não adequaram aos critérios de inclusão e de artigos duplicados. O Brasil foi o país que mais apresentou estudos sobre o tema (16), seguido do Chile (4). Os métodos utilizados para a telemedicina incluíram videochamadas, chamadas por telefone e mensagens de texto. A implementação da telemedicina na APS facilitou o acesso da população não só aos médicos generalistas, mas também às consultas com médicos especialistas, incluindo oftalmologistas, ortopedistas, psiquiatras, neurologistas, dermatologistas e reumatologistas. Essa ferramenta contribuiu para diminuir os encaminhamentos aos serviços de atenção secundária e terciária e aumentou a resolutividade da atenção primária em casos menos complexos, tanto no público adulto como no pediátrico. Além disso, esse recurso também foi utilizado para conectar médicos da APS na discussão de casos clínicos, aumentado a precisão diagnóstica. Por outro lado, significativas desigualdades foram encontradas em algumas regiões, especialmente no Norte e Nordeste do Brasil, onde a presença de equipamentos necessários para a prática da telemedicina era escassa. Ainda, a falta de treinamento adequado foi uma barreira para a implantação das teleconsultas.
Conclusões ou hipóteses: A telemedicina se consolidou como uma excelente oportunidade para melhorar a qualidade assistência na APS nos países da América Latina, aumentando a resolutividade em casos menos complexos e conectando profissionais para aumentar a precisão diagnóstica. No entanto, para que essa ferramenta seja de fato efetivada e igualitária, é necessário a investimento na aquisição equipamentos e em treinamento para os profissionais médicos.
